A dor no ombro esquerdo pode indicar condições diversas – desde alterações nos músculos, tendões ou problemas cardiovasculares. Ela costuma surgir em qualquer idade, porém muito mais recorrente em jovens ou atletas.
Entretanto, para saber o que realmente está causando esses sintomas maléficos, é preciso observar com cuidado o período que a dor no ombro esquerdo surgiu – até sua intensidade, se houve melhora, se o repouso ajudou a amenizar ou se a causa foi algum impacto no local.
O que é a dor no ombro?
O ombro é a articulação mais móvel do corpo humano e muito suscetível a lesões, que ocorrem principalmente pela sua movimentação excessiva ou ainda por doenças que provocam inflamação ou degeneração dos tecidos.
A dor no ombro esquerdo ou direito diz respeito a qualquer dor nas articulações do ombro ou em toda a região.
A dor, em geral, é o primeiro sintoma que aparece quando existe algum problema no ombro. Pode ser consequência de alterações inflamatórias nos casos de lesão recente, ou de alterações degenerativas (envelhecimento biológico das estruturas articulares, natural da idade, ou de atividades que exigem um trabalho excessivo do ombro durante anos, como ocorre em atletas de alto nível ou trabalhadores braçais), quando os tendões ou outras estruturas articulares estão “desgastadas”.
O que pode ser a dor no ombro esquerdo?
É comum vermos as pessoas falando que a dor no ombro esquerdo – e até mesmo por toda a região esquerda do corpo – pode indicar um primeiro sinal de infarto. Muitas vezes, a dor começa no peito e se estende por todo o braço, junto com formigamento e sensação de peso.
Há também quem diga que a dor no ombro esquerdo não se relaciona com um sinal – nesse caso, as pessoas experimentam um grande desconforto na garganta e uma sensação de má digestão.
Para ficarmos mais informados, separamos alguns sintomas que podem indicar o infarto. Sendo eles:
· Dormência ou formigamento no braço esquerdo;
· Dor nas costas;
· Mal-estar;
· Dor no peito esquerdo – como um aperto, pontada ou peso; que irradia pelo braço esquerdo, pescoço, axila, costas e até mesmo no braço direito;
· Dor no estômago;
· Tosse seca;
· Palidez;
· Suor frio;
· Dificuldade para respirar;
· Enjoo;
· Tontura.
Esses sintomas podem surgir ou se intensificar por conta da realização de esforço física – por estresse ou até mesmo após uma refeição, já que são os momentos onde o coração se esforça mais.
Como prevenir essa dor?
· Adote uma dieta equilibrada, pois excessos ao comer ou beber mantêm o corpo em constante processo inflamatório;
· Fique mais atento à sua postura;
· Evite ficar sentado por horas seguidas, sem pausas;
· Faça exercícios regulares e sob orientação técnica, independentemente da sua idade; informe seu treinador sobre os seus limites físicos. Ele deve indicar treinos de alongamento e reforço da musculatura interna do ombro;
· Fuja de práticas físicas extenuantes; prefira os que permitem movimentos mais lentos;
· Alongue-se antes de praticar exercícios físicos.
Causas
A articulação do ombro – como todas as articulações dos membros superiores – se desenvolveram e se adaptaram para ser uma articulação de função e não de carga, como é o caso de articulações dos membros inferiores. Para isso, os músculos e tendões presentes no ombro desempenham um papel importantíssimo para o bom funcionamento destas articulações. A causa mais comum é quando os tendões são acometidos inicialmente por uma inflamação. Os tendões ficam inflamados ou danificados, configurando, assim, uma condição chamada de tendinite do manguito rotador. A dor no ombro por tendinite pode ocorrer por:
· Desgaste natural devido ao envelhecimento;
· Atividade esportiva, em especial aquelas que envolvem movimentos de lançamento, como beisebol, tênis, natação, etc.;
· Atividades de trabalho em que é preciso levantar o ombro;
· Trauma direto ou queda sobre o ombro
A dor no ombro também pode ser causada por:
· Artrite nas articulações ao redor do ombro (estreitamento gradual das articulações e perda de cartilagem de proteção, em geral, relacionado ao envelhecimento ou ao desgaste da articulação);
· Bursite é o termo mais comum utilizado para se referir à este tipo de dor, muito embora essa ideia seja equivocada. O termo bursite significa única e exclusivamente uma inflamação da glândula bursa, que pode ser encontrada em algumas articulações, e serve para facilitar o deslizamento dos tendões durante os movimentos da articulação;
· Fraturas dos ossos do ombro;
· A síndrome do ombro congelado, conhecida também como capsulite adesiva, é uma lesão inflamatória de origem desconhecida, que, na fase aguda ou inflamatória pode gerar muita dor. Depois, ocorre uma retração da cápsula do ombro provocando perda de movimentos. A dor, no entanto, tende a melhorar. Esta doença desaparece espontaneamente, evoluindo para a cura total entre seis e 12 meses, aproximadamente;
· Tendinite do bíceps;
· Deslocamento do ombro, ou luxação do ombro, quando o osso do braço (úmero) desencaixa da articulação, em geral, após um trauma.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da dor no ombro deve ser feito pelo ortopedista, que durante a consulta avalia todas as estruturas associadas ao ombro e as características da dor, como a intensidade, localização, se é estimulada por algum movimento específico e a sua frequência, por exemplo. É também visto pelo ortopedista se há alguma limitação de movimento, como por exemplo dificuldade em esticar o braço ou levantá-lo acima da cabeça.
Além disso, o médico deve ser informado pelo paciente sobre os hábitos de vida e o momento em que a dor começou, já que a dor pode estar relacionada com movimentos repetitivos, postura incorreta ou inchaço ou inflamação da articulação devido a um movimento brusco, por exemplo.
Para auxiliar o diagnóstico, o médico pode recomendar a realização de exames de imagem, como raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que ajudam a identificar a causa e a extensão da lesão. O ortopedista também pode indicar a realização da artroscopia, que é uma técnica diagnóstica e de tratamento em que a articulação é visualizada e corrigida por meio de pequenos orifícios na pele.
Como tratar?
O tratamento para os problemas do ombro deve ser indicados sempre após uma investigação precisa e detalhada, por meio de exames complementares se estes forem necessários.
O tratamento pode ser conservador, também chamado de não cirúrgico, que consiste na prescrição de anti-inflamatórios, analgésicos, fisioterapia, educação postural, exercícios assistidos e orientados por pessoas especializadas quando necessário, aplicação local de gelo, repouso, entre outras medidas.
Quando o tratamento conservador falha, ou em casos mais graves de rupturas de tendão, deslocamentos do ombro ou fraturas, o tratamento pode exigir a correção cirúrgica. Entre os métodos cirúrgicos mais modernos de tratamento, em alguns casos, pode-se fazer o tratamento por artroscopia, que é um método pouco invasivo para tratamento das lesões do ombro.