A lombalgia pode ser caracterizada como uma dor na região lombar – na região mais baixa da coluna perto da bacia. É também conhecida como “lumbago”, “dor nas costas”, “dor nos rins” ou “dor nos quartos”.

A dor pode se estender para a região das nádegas, face posterior das coxas, mas não muito além do joelho, sem comprometer um trajeto de nervo específico.

Você sabia? Mais de 90% da população mundial sofre episódio de dor na região da lombar em algum momento da vida e é a segunda causa mais frequente de procura pelos serviços médicos!

O que é

A dor na região lombar é um dos motivos mais frequentes para idas à consultas médicas. Essa dor geralmente é caracterizada por problemas no sistema musculoesquelético – incluindo a coluna vertebral, vértebras, músculos, ligamentos e os discos que dão a sustentação.

Esse tipo de dor é muito mais frequente em pessoas idosas – tornando-se mais recorrente conforme a pessoa envelhece.

Para podermos entender mais como a dor na região lombar ocorre, precisamos entender como a coluna vertebral é formada. Ela consiste em vértebras, que são envoltas a uma camada de cartilagem, e acolchoadas e separadas por discos de absorção de impacto, feitos de material gelatinoso e fibrocartilagem. Sendo fixos por músculos e ligamentos, incluem:

·         Músculos paravertebrais pequenos;

·         Dois músculos eretores da coluna vertebral – na parte posterior da extensão da coluna;

·         Dois músculos iliopsoas – ambos dos lados que percorrem a parte posterior da extensão da coluna.

Todos esses músculos auxiliam na estabilização da coluna vertebral. Entretanto, os músculos abdominais – que percorrem a parte inferior da caixa torácica até a pélvis – também conseguem ajudar a estabilizar a coluna vertebral ao proporcionar o suporte dos conteúdos abdominais.

Mas afinal, onde fica a lombar?

Podemos dizer que a lombar é a parte mais baixa da nossa coluna – ficando bem próxima da bacia. É um local que possui cinco vértebras, responsáveis por sustentar grande parte do peso da parte superior do corpo.

Essas vertebras possuem discos que amortecem os impactos de movimentos para os ossos. Geralmente, é nessa região onde ocorrem a maior parte das dores nas costas

Quais os seus tipos?

Podemos ter até 3 tipos de dor na região lombar, que são:

        Dor local

Quando ocorre em alguma região bastante específica da lombar. É o mais comum, e a causa é geralmente uma pequena lesão discal, entorse, distensão muscular, artrite na articulação e outros tipos de lesão. A dor pode ser latejante, constante, aguda ou intermitente.

A dor pode se agravar ou aliviar-se por mudanças de posição da postura. Quando agravada, pode ficar sensível ao toque e ocorrer pequenos espasmos musculares.

        Dor referida

Esse é o tipo de dor que pode ser sentida em um local diferente da causa real da dor. A dor referida a órgãos internos para a região lombar tende a ser profunda e latejante – sendo difícil de apontar o local exato. Muitas vezes, não há uma piora com o movimento.

        Dor irradiada

Chamam-nas de dor surda e latejante, que pode ocorrer da lombar e ir descendo pela perna, onde se torna aguda e intensa. Pode envolver apenas um lado da perna ou a parte de trás, mas nunca a perna inteira.

Ela pode ocorrer por todo o caminho até o pé ou só até o joelho. Geralmente, ela pode indicar a compressão de alguma raiz nervosa causada por outras condições, como osteoartrite, hérnia de disco e entre outros. Se a pressão na raiz nervosa for grande ou se a medula espinhal também estiver comprimida, a dor pode ser acompanhada por fraqueza muscular na perna, sensação de formigamento ou até mesmo a perda de sensibilidade.

Como podemos tratar?

Embora a dor na região lombar melhore espontaneamente ao longo do tempo, uma variedade de intervenções terapêuticas fica disponível para o tratamento, tais como: analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides e relaxantes musculares. O principal objetivo do tratamento da lombalgia aguda é aliviar a dor, melhorar a habilidade funcional e prevenir recorrência e cronicidade.

As recomendações para o tratamento da lombalgia são:

Atividades passivas como massagem, ultra-som, eletroterapia, termoterapia, eletromiografia estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS), laser, tração, assim como programas multidisciplinares e terapia cognitiva comportamental devem ser evitadas para tratamento da lombalgia aguda, pois poderiam aumentar o risco de indisposição do paciente e cronicidade da doença.

·         Providenciar informação adequada ao paciente, tranquilizando- o sobre sua dor na região, explicando que geralmente não é uma doença grave e que a recuperação rápida ocorre na maioria dos pacientes

·         Prescrever medicação, se necessário, para alívio da dor ou para ser usada preferencialmente em intervalos regulares

·         Paracetamol, como primeira opção e anti-inflamatório não- esteróide (AINE), como segunda opção

·         Considerar a adição por um curto período de tempo de relaxantes musculares

Nem todos os casos de hérnia de disco têm de ser operados. Quase todos regridem com repouso relativo, fisioterapia, hidroterapia, academia terapêutica, pilates, acupuntura e outras medidas não medicamentosas sem que haja necessidade de cirurgia.

Assim, a hérnia murcha e deixa de comprimir estruturas importantes, como os nervos. O tratamento cirúrgico está indicado apenas nos 10% dos casos em que a crise não passa entre três a seis semanas, em pacientes que têm crises repetidas em um curto espaço de tempo ou quando existem alterações esfincterianas (perda de controle para urinar e defecar).

Enquanto, no adulto, a maioria das lombalgias tem causas e tratamentos simples, a lombalgia no adolescente é incomum e com causas que devem ser investigadas cuidadosamente pelo médico reumatologista para afastar causas secundárias como doenças inflamatórias, como espondilite anquilosante.