A dor na lombar é um dos motivos mais frequentes para idas à consultas médicas. Essa dor geralmente é caracterizada por problemas no sistema musculoesquelético – incluindo a coluna vertebral, vértebras, músculos, ligamentos e os discos que dão a sustentação.
Esse tipo de dor é muito mais frequente em pessoas idosas – tornando-se mais recorrente conforme a pessoa envelhece.
Para podermos entender mais como a dor na lombar ocorre, precisamos entender como a coluna vertebral é formada. Ela consiste em vértebras, que são envoltas a uma camada de cartilagem, e acolchoadas e separadas por discos de absorção de impacto, feitos de material gelatinoso e fibrocartilagem. Sendo fixos por músculos e ligamentos, incluem:
- Músculos paravertebrais pequenos;
- Dois músculos eretores da coluna vertebral – na parte posterior da extensão da coluna;
- Dois músculos iliopsoas – ambos dos lados que percorrem a parte posterior da extensão da coluna.
Todos esses músculos auxiliam na estabilização da coluna vertebral. Entretanto, os músculos abdominais – que percorrem a parte inferior da caixa torácica até a pélvis – também conseguem ajudar a estabilizar a coluna vertebral ao proporcionar o suporte dos conteúdos abdominais.
Causas
Há algumas causas que podem provocar dor na lombar, confira mais a seguir:
Cepas
Os músculos e ligamentos nas costas podem esticar ou rasgar devido ao excesso de atividade física.
Os sintomas incluem dor e rigidez na região lombar, além de espasmos musculares. Repouso e fisioterapia são normalmente as formas de tratamento para esses sintomas.
Lesão no disco
Os discos das vértebras das costas são propensos a lesões, e esse risco aumenta com o passar dos anos. O exterior do disco pode rasgar ou formar uma hérnia.
Uma hérnia de disco (também conhecida como “disco escorregadio” ou “disco rompido”) ocorre quando a cartilagem ao redor do disco empurra a medula espinhal ou as raízes nervosas. A almofada que fica entre as vértebras da coluna estende-se para fora da sua posição normal.
Isso pode resultar na compressão da raiz nervosa quando ela sai da medula espinhal e através dos ossos vertebrais, causando grande desconforto e/ou dor. A lesão do disco geralmente ocorre subitamente após levantar algo ou torcer as costas.
Ao contrário de uma lesão nas costas, a dor decorrente de uma lesão no disco geralmente dura mais de 72 horas.
Dor ciática
A dor ciática pode ocorrer com uma hérnia de disco, se um dos discos da coluna vertebral pressionar o nervo ciático. O nervo ciático conecta a coluna às pernas, e com isso, o resultado é dado pela sensação de dor nas pernas e pés.
Esse tipo de dor geralmente parece queimar ou espetar as costas de quem sofre com a complicação.
Estenose espinal
Estenose espinhal é quando a coluna vertebral se estreita, colocando pressão sobre a medula espinhal e nervos espinhais.
A estenose espinhal ocorre mais comumente devido à degeneração dos discos entre as vértebras. O resultado disso é a compressão das raízes nervosas ou medula espinhal por esporões ósseos ou tecidos moles, como discos. A pressão nos nervos espinhais causa sintomas como dormência, câimbras e fraqueza.
Você pode sentir esses sintomas em qualquer parte do corpo. Muitas pessoas com estenose espinhal percebem que seus sintomas pioram quando estão de pé ou caminhando.
Curvaturas anormais na coluna
Escoliose, cifose e lordose são todas condições que causam curvaturas anormais na coluna. Estas são condições congênitas, e geralmente são diagnosticadas pela primeira vez quando os pacientes são crianças e adolescentes.
A curvatura anormal coloca pressão nos músculos, tendões, ligamentos e vértebras, causando dor e má postura na região das costas.
Tipos
Podemos ter até 3 tipos de dor, que são:
- Dor local
Quando ocorre em alguma região bastante específica da lombar. É o mais comum, e a causa é geralmente uma pequena lesão discal, entorse, distensão muscular, artrite na articulação e outros tipos de lesão. A dor pode ser latejante, constante, aguda ou intermitente.
A dor pode se agravar ou aliviar-se por mudanças de posição da postura. Quando agravada, pode ficar sensível ao toque e ocorrer pequenos espasmos musculares.
- Dor referida
Esse é o tipo de dor que pode ser sentida em um local diferente da causa real da dor. A dor referida a órgãos internos para a região lombar tende a ser profunda e latejante – sendo difícil de apontar o local exato. Muitas vezes, não há uma piora com o movimento.
- Dor irradiada
Chamam-nas de dor surda e latejante, que pode ocorrer da lombar e ir descendo pela perna, onde se torna aguda e intensa. Pode envolver apenas um lado da perna ou a parte de trás, mas nunca a perna inteira.
Ela pode ocorrer por todo o caminho até o pé ou só até o joelho. Geralmente, ela pode indicar a compressão de alguma raiz nervosa causada por outras condições, como osteoartrite, hérnia de disco e entre outros. Se a pressão na raiz nervosa for grande ou se a medula espinhal também estiver comprimida, a dor pode ser acompanhada por fraqueza muscular na perna, sensação de formigamento ou até mesmo a perda de sensibilidade.
A dor na lombar pode ser ciático ou hérnia de disco?
O nervo ciático é considerado o maior do corpo – sendo a junção de diversas raízes nervosas que saem da região da coluna e se encontram na parte dos glúteos, descendo até o pé. Apesar de sair da região lombar, muitas vezes a dor não tem nada a ver com o ciático.
Muitas vezes, o ciático está relacionado com a hérnia de disco – se manifestando quando os discos intervertebrais escapam para fora do seu eixo normal. Isso comprime a raiz nervosa da região e pode provocar dor intensa.
Nesse caso, o desconforto consegue ser muito característico: a dor começa no glúteo, desce por trás da coxa e vai até o pé – com uma sensação aguda de formigamento e choque que chega a ser incapacitante. Uma vez definido que a hérnia é a causa da dor, o tratamento normalmente inclui medicamentos e fisioterapia, além de repouso relativo.
Fatores de risco
Fatores de risco são as condições que podem deixar a pessoa mais propensa a uma dor na lombar. Podemos dizer que são fatores de riscos:
- Mulheres;
- Pessoas com idade superior a 50 anos de idade;
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Passar muito tempo sentado;
- Febre persistente;
- Traumas;
- Uso de drogas injetáveis;
- Rigidez;
- Infecções recentes;
- Incontinência urinária;
- Fraqueza muscular;
- Uso de corticoides;
É preciso ficar atento a todas essas condições – assim você evita uma dor na lombar e outras possíveis complicações.
Tratamento
Quando a causa da dor consegue ser diagnosticada, ela pode ser facilmente tratada. A prescrição dos medicamentos certos para determinadas condições deve ser feita exclusivamente por um profissional da saúde.
Entretanto, não existe um tratamento específico para dor musculoesquelética por conta de esforço físico – nem para muitas outras causas. No entanto, muitas medidas podem ajudar. Geralmente, estas medidas preventivas também são utilizadas quando a raiz nervosa espinhal é comprimida.
Quando a dor é recente, o tratamento pode começar ao evitar atividades que estressam a coluna vertebral e causam dor – como levantar objetos pesados e se curvar. O repouso não acelera a melhora da dor, e a maioria dos especialistas recomenda a atividade moderada continuada.
Quando o repouso é necessário para o alívio de dores, não se deve durar mais de 1 ou 2 dias. Repousos mais duradouros enfraquecem os músculos centrais e aumentam a rigidez, piorando assim a dor nas costas e retardando a recuperação.
Medidas de prevenção
Geralmente, para se evitar dores lombares basta mudar a rotina de vida. Muitas vezes, essa dor pode decorrer de algo que estamos muito acostumados a fazer – e que isso, agora, gera resultados maléficos. Algumas medidas que recomendamos são:
- Melhorar a postura;
- Praticar exercícios físicos com moderação;
- Controlar o peso;
- Balancear a alimentação;
- Em caso de dor, aplicar fonte de calor ou frio na área dolorida;
- Evitar tabaco e bebidas alcoólicas;
- Ao passar muito tempo sentado, fazer um intervalo de alguns minutos para andar ou se alongar um pouco.