A lombalgia pode ser definida como uma dor na região lombar, ou seja, na região mais baixa da coluna perto da bacia. É também conhecida como “lumbago”, “dor nas costas”, “dor nos rins” ou “dor nos quartos”.
A dor pode se estender para a região das nádegas, face posterior das coxas mas não muito além do joelho, sem comprometer um trajeto de nervo específico.
Você sabia? Mais de 90% da população mundial sofre episódio de dor na região da lombar em algum momento da vida e é a segunda causa mais frequente de procura pelos serviços médicos!
O que é?
A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. A lombociatalgia é a dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas e/ou para as pernas na distribuição do nervo ciático. Pode ser aguda (duração menor que 3 semanas), subaguda ou crônica (duração maior que 3 meses).
Quais os tipos?
Aguda
Agudas quando apresentam duração de quatro a seis semanas e crônicas quando a duração é maior do que 12 semanas. Cerca de 65-90% dos adultos sofrerão um episódio de lombalgia aguda ao longo da vida, com pico de incidência ocorrendo entre os 35-55 anos de idade
As lombalgias agudas não estão relacionadas a nenhum fator definido e geralmente ocorrem após um esforço físico excessivo levando o paciente a sentir uma sensação de “travar a coluna”.
Cerca de 90% dos pacientes com lombalgia aguda apresentam melhora da dor em 4 semanas e apenas 2-7% evoluirão para sua forma crônica.
Crônica
A dor crônica ocorre em qualquer idade e em aproximadamente 75-85% dos pacientes que se afastam do trabalho ela se torna recorrente
Onde fica a lombar?
Em anatomia, chama-se região lombar à porção da coluna vertebral que fica entre a região torácica e a região sacrococcigiana.
A região é a que suporta a maior carga e está, na maioria das vezes, relacionada com a postura de uma pessoa.
Como saber se estou com lombalgia?
A lombalgia se caracteriza por dores localizadas abaixo da décima segunda costela até a prega do glúteo, definida como a região lombar. As dores podem, ainda, irradiar para o meio da coxa.
Quais são as causas?
Frequentemente, o problema é postural, isto é, causado por uma má posição para sentar, se deitar, se abaixar no chão ou carregar algum objeto pesado. Outras vezes, a lombalgia pode ser causada por inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra, artrose (processo degenerativo de uma articulação) e até problemas emocionais.
Como prevenir?
Os principais fatores que podem desencadear a lombalgia são, principalmente, torções musculares, ocasionadas por sobrecarga excessiva. Ou seja, uma das maneiras de evitar a lombalgia é evitar carregar peso excessivo, evitar ficar na postura incorreta ou realizar qualquer atividade corriqueira que cause sobrecarga nas articulações da coluna e das vértebras.
Confira algumas dicas de prevenção para a dor na lombar:
- Pratique exercícios físico com acompanhamento profissional e alongamento regularmente;
- Faça 30 minutos de atividade aeróbica moderada (caminhada, bicicleta, hidroginástica) ao menos três vezes por semana (com acompanhamento profissional);
- Fortaleça os músculos do tronco com exercícios adequados ao seu nível de condicionamento;
- Evite ficar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé); levante-se e movimente-se a cada hora;
- Evite ou corte o cigarro;
- Cuidado quando for levantar peso: você deve flexionar os joelhos, usar a força do abdômen e das coxas e manter o objeto próximo ao corpo.
- Tente relaxar, o estresse estão muito relacionado com dores em geral!
- Prefira colchões mais firmes.
Como é feito o diagnóstico?
O médico tem papel fundamental no diagnóstico e necessita sobretudo de uma história detalhada da dor, fatores associados e um exame físico meticuloso para um correto diagnóstico. O diagnóstico das lombalgias é, via de regra, clínico. Exames de imagem em geral não são solicitados em lombalgias agudas.
Exames complementares de imagem como raio X, ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética não costumam ser solicitados, mas podem ser pedidos apenas para a confirmação de uma suspeita para o diagnóstico da lombalgia
O exame físico inicial deve ser capaz de identificar uma doença grave como infecção, fratura ou compressão de nervo.
O raio X deve ficar restrito aos casos suspeitos de doença lombar grave, baseada nos sinais de alerta. Em alguns guias de condutas o raio-x é sugerido como exame opcional nos casos de lombalgia persistente por mais de 4 a 6 semanas.
Como tratar?
Embora a lombalgia aguda melhore espontaneamente ao longo do tempo, uma variedade de intervenções terapêuticas estão disponíveis, tais como: analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides e relaxantes musculares. O principal objetivo do tratamento da lombalgia aguda é aliviar a dor, melhorar a habilidade funcional e prevenir recorrência e cronicidade.
As recomendações para o tratamento da lombalgia são:
Atividades passivas como massagem, ultra-som, eletroterapia, termoterapia, eletromiografia estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS), laser, tração, assim como programas multidisciplinares e terapia cognitiva comportamental devem ser evitadas para tratamento da lombalgia aguda, pois poderiam aumentar o risco de indisposição do paciente e cronicidade da doença.
- Providenciar informação adequada ao paciente, tranquilizando- o sobre sua dor na região, explicando que geralmente não é uma doença grave e que a recuperação rápida ocorre na maioria dos pacientes
- Prescrever medicação, se necessário, para alívio da dor ou para ser usada preferencialmente em intervalos regulares
- Paracetamol, como primeira opção e anti-inflamatório não- esteróide (AINE), como segunda opção
- Considerar a adição por um curto período de tempo de relaxantes musculares
Nem todos os casos de hérnia de disco têm de ser operados. Quase todos regridem com repouso relativo, fisioterapia, hidroterapia, academia terapêutica, pilates, acupuntura e outras medidas não medicamentosas sem que haja necessidade de cirurgia.
Assim, a hérnia murcha e deixa de comprimir estruturas importantes, como os nervos. O tratamento cirúrgico está indicado apenas nos 10% dos casos em que a crise não passa entre três a seis semanas, em pacientes que têm crises repetidas em um curto espaço de tempo ou quando existem alterações esfincterianas (perda de controle para urinar e defecar).
Enquanto, no adulto, a maioria das lombalgias tem causas e tratamentos simples, a lombalgia no adolescente é incomum e com causas que devem ser investigadas cuidadosamente pelo médico reumatologista para afastar causas secundárias como doenças inflamatórias, como espondilite anquilosante.
Quando a dor na lombar pode ser um problema renal?
É muito comum os pacientes, principalmente os mais idosos, associarem uma dor na região lombar com uma possível doença renal. Na verdade, a maioria das doenças renais, incluindo a insuficiência renal crônica, não causa dor nas costas. Dor lombar é na imensa maioria dos casos causada por problemas osteoarticulares da coluna.
Existem, porém, algumas exceções. A presença de uma pedra em um dos rins ou nas vias urinárias pode causar uma intensa dor lombar rins, que costuma irradiar para virilha. A dor lombar rins do cálculo renal é excruciante e não tem relação com movimentos do tronco. Essa característica é importante para distingui-la das dores de coluna que não costumam ser tão intensas e pioram quando o paciente move o tronco.
Outra causa deste tipo de incômodo e origem renal é a infecção urinária, principalmente a pielonefrite.
A doença policística renal também pode causar dor lombar, devido a cistos gigantes que comprimem estruturas adjacentes. O sangramento, rutura ou infecção de um cisto também costuma causar dor.